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Reumatismo, conheça as principais doenças!

Foto do escritor: Dr. Otamir AndradeDr. Otamir Andrade

Atualizado: 3 de mai. de 2021

Ainda que as origens das doenças reumáticas não sejam identificadas, grande parte são consequência da fragilidade do sistema imunitário e dos tecidos em particular.


Estas doenças são prevalentes nos grupos etários dos 15 aos 60 anos e, curiosamente, acima dos 70 anos, a lombalgia e a cervicalgia aparecem em segundo lugar, atrás das doenças dos órgãos associados aos sentidos. Entendidas como patologias e alterações funcionais do sistema musculoesquelético de causa não traumática, com particular incidência nas articulações, constituem um grupo com mais de uma centena de doenças.


1. Osteoporose

A osteoporose (OP) é uma doença osteometabólica sistêmica. Ela ocorre por um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, que desenrola em uma perda de massa mineral óssea e leva à osteoporose. Sua principal característica é a fratura de ossos ocasionada por pequenas quedas ou episódios de queda mais graves. Está frequentemente associada à menopausa, ao envelhecimento, fatores genéticos, dietas pobres em cálcio, tabagismo, consumo exagerado de álcool e uso excessivo de medicamentos como corticoides, anticoagulantes e anticonvulsivantes. No mundo, 1 a cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrem com fraturas osteoporóticas. Nos homens a incidência é menor, apenas 1 em cada 5 homens sofrem da doença.

Os principais tipos de osteoporose são:

Osteoporose pós-menopausa: atinge mulheres principalmente após a menopausa. Fratura vertebral é mais frequente neste tipo.


Osteoporose senil: atinge pessoas com mais de 70 anos de idade. Fratura vertebral e de quadril são mais frequentes neste tipo.


Osteoporose secundária: atinge pessoas com doença reumática, renal, hepática, endócrina, hematológica ou que usam alguns medicamentos, por exemplo, corticoides.


Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de exame de densitometria óssea (DXA). A osteoporose pode ser prevenida por meio de exercícios físicos, hábitos de alimentação saudável, redução no consumo de álcool e o abandono do tabagismo.


Tratamento

Entre as formas de tratamento mais difundidas estão a suplementação de cálcio e vitamina D, uso de bisfosfonatos, raloxifeno, teriparatida e por terapia de reposição hormonal.

2. Artrite Reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica inflamatória, autoimune, caracterizada pela inflamação das articulações. Ela afeta outros órgãos como pulmões, vasos, nervos periféricos e olhos. Essa inflamação, quando persistente, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades cotidianas. No mundo todo a AR atinge cerca de 1% da população, podendo ocorrer em crianças, adultos e idosos, esses, mais afetados do que os pequenos. Seu aparecimento decorre de diversos fatores, como predisposição genética, exposição a fatores ambientais e infecções virais e bacterianas.


Sintomas

Os sintomas da AR podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, por isso é importante que o médico responsável pelo caso investigue com cautela os sintomas do paciente. Eles podem aparecer de forma abrupta e simultanea. São eles:

Inflamação persistente das articulações, caracterizada por dor, inchaço e aumento da temperatura na região

Rigidez matinal, que pode durar horas e reduz ao longo do dia

Nódulos reumatóides, caroços firmes de tecido sob a pele

Dedos em forma de pescoço de cisne, botoeira, desvio ulnar e joanete

De forma mais rara o comprometimento da coluna lombar, dorsal e cervical

Fadiga

Febre

Perda de peso


Diagnóstico

O diagnóstico da AR é feito de forma clínica, feito com base no histórico do paciente e no exame físico feito pelo médico. Exames complementares de sangue ou de imagem podem ajudar no diagnóstico, como radiografias, ultrassonografia ou ressonância magnética das articulações, além de exame de fator reumatoide, o anticorpo anti-peptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP).

Tratamento

Uma vez diagnosticada a doença, o paciente deve fazer o acompanhamento contínuo com o médico reumatologista. Alguns medicamentos ajudam a controlar a doença, em especial aqueles que regulam a autoimunidade exagerada, diminuindo a inflamação e suas consequências para as juntas e outros órgãos, como medicamentos anti-reumáticos modificadores e controladores. Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor.

3. Espondiloartrites

As espondiloartrites (EpA) são um grupo de doenças compostas pela anquilosante (EA), a artrite psoriásica (APs), as artropatias enteropáticas (AE), a artrite reativa (ARe), as espondiloartrites indiferenciadas (EI) e as espondiloartrites juvenis (EJ). Em comum, elas impactam a êntese, estão relacionadas a fatores genéticos, afetam as articulações sacroilíacas, bem como possuem manifestações extra-articulares (MEA).

As principais características das espondiloartrites são:

Espondilite: dor nas costas, de início insidioso e persistente por mais de três meses. A dor piora em repouso e no período noturno. Essa dor melhora quando o paciente se movimenta. É acompanhada por rigidez matinal prolongada. Qualquer segmento da coluna vertebral pode ser acometido, mas é mais frequente na região lombar.


Sacroiliíte: dor nas nádegas e nos glúteos, que pode irradiar para a face posterior da coxa. A dor pode piorar durante períodos de repouso.


Entesite: inflamação nos tendões, ligamentos e cápsulas do tecido ósseo. Causa dor e rigidez, com restrição da mobilidade do paciente.


Artrite: inflamação clássica das articulações periféricas, principalmente joelhos, tornozelos e pés e, com menos frequência, articulações dos membros superiores.


Dactilite: inflamação atinge os flexores dos dedos das mãos e dos pés, com a impressão clínica de “dedos em salsicha”.

Tratamento

O tratamento das espondiloartrites envolvem o uso de anti-inflamatórios não-hormonais como o AINH, glicocorticosteroides, sulfassalazina, metotrexato. Em alguns casos, há ainda necessidade do uso de bloqueadores do TNF-α e bloqueador da IL-17A.

4. Lúpus Eritematoso Sistêmico

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), chamada popularmente de lúpus, é uma doença inflamatória crônica autoimune. Há 2 tipos principais: o lúpus cutâneo, em que o paciente apresenta manchas avermelhadas ou eritematosas na pele (principalmente após exposição prolongada ao sol) e o lúpus sistêmico, em que um ou mais órgãos internos são comprometidos. A doença ocorre em diferentes grupos etários, raça e sexo, porém, com maior incidência entre as mulheres e jovens adultos. Embora não existam dados concretos sobre a doença no Brasil, há uma estimativa do Ministério da Saúde que coloca o lúpus em um patamar de doença relativamente comum: 1 em cada 1.700 mulheres podem ter a doença.

Sintomas

O lúpus apresenta sintomas diversos. Por se tratar de uma doença autoimune, sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva, ao longo de meses, ou mais rapidamente, em apenas algumas semanas. Os sintomas variam com fases de atividade e de remissão. São eles:

Cansaço

Desânimo

Febre baixa

Emagrecimento

Perda de apetite

Dor nas juntas

Inflamação da pleura

Hipertensão

Diagnóstico

O diagnóstico do lúpus é feito por meio do relato de sintomas ao médico pelo paciente. Exames de sangue e de urina também podem auxiliar na detecção. Esses exames são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES no momento. Embora não exista um exame que seja exclusivo para identificar o lúpus, um exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear) permite o diagnóstico de forma mais precisa.

Tratamento

O tratamento do lúpus depende do tipo de sintomas apresentados e deve ser feito de forma individualizada. O paciente pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos em uma fase ativa da doença e menos drogas em outras fases, como a não ativas ou de remissão. Os medicamentos mais comuns são aqueles para modulação do sistema imunológico, que incluem corticoides, antimaláricos e os imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetil. Os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios O uso da cloroquina (ou hidroxicloroquina) está indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a doença esteja sob controle pois auxiliam no controle da doença.

5. Fibromialgia

A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dores que irradiam por todo o corpo, principalmente na musculatura do paciente. A dor, geralmente intensa, causa fadiga, sono não reparador, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Por vezes, é confundida com transtornos psiquiátricos e vista com certo descrédito pelas pessoas em torno do paciente, o que agrava o seu quadro. A síndrome é mais comum em mulheres jovens ou de meia-idade, mas pode afetar qualquer indivíduo. No Brasil, pelo menos 2,5% da população sofre de fibromialgia.

Sintomas

Os principais sintomas associados à fibromialgia são:

Dor persistente e sensibilidade pelo corpo inteiro, principalmente cabeça, tórax e coluna vertebral

Rigidez corporal

Fadiga

Dificuldades cognitivas

Ansiedade

Depressão;

Comprometimento das atividades diárias

Diagnóstico

A fibromialgia é uma síndrome difícil de ser detectada em exames laboratoriais e diagnósticos como radiografia ou exame de sangue. O médico faz a detecção pelos sintomas relatados pelo paciente e por um exame de contato físico, que identifica os pontos dolorosos. Ela pode ser facilmente confundida com a tendinite, principalmente diante do relato de dores nos ombros, coluna cervical e joelhos.

Tratamento

Não há tratamento definitivo para a fibromialgia. O médico, em geral, pode recomendar mudanças no estilo de vida e medicamentos para controlar a intensidade da dor. Exercícios físicos, por exemplo, são recomendados para aliviar os sintomas, com bons resultados.


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